quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ápice anatômico X Ápice Radiográfico

Uma das discussões mais pertinentes no tratamento do canal radicular é qual a distância ideal entre a ponta do instrumento e o ápice dentário. No tocante à extensão dos canais radiculares,a precisa exploração e odontometria constituem o alicerce de todas as etapas operatórias subseqüentes do tratamento endodôntico.
Embora nesta fase vários pontos da coroa dentária possam ser utilizados como referencial oclusal, o mesmo não se pode dizer do referencial apical, que deve ser único e exato, o forame apical. Este é o principal referencial anatômico determinante do limite apical de limpeza, modelagem e obturação dos canais radiculares, o qual mantém forte correlação com o sucesso clínico, radiográfico e histológico do tratamento endodôntico.
Estudos demonstram que o terço apical apresenta as maiores complicações anatômicas, a exemplo de curvaturas e atresias, salientando-se também a variável posição do forame principal, em relação ao ápice radicular. Na clínica endodôntica, o exame radiográfico periapical oferece uma posição imprecisa do instrumento endodôntico em relação ao forame, embora seja o recurso rotineiramente utilizado, e até então,
insubstituível.
A constrição apical é frequentemente descrita como o ponto a que deve estender a obturação do canal radicular. Ponce e Fernandez (2003) avaliaram histologicamente a localização da junção cemento-dentinária e o diâmetro do forame apical do canal radicular em dentes anteriores superiores. Os resultados mostraram que a junção cemento-dentinária é simplesmente o ponto no qual convergem dois tecidos no interior do canal radicular, e que é suscetível a modificações dependendo de cada situação clínica particular e sobre as extensões diferentes do cemento no canal radicular. A constrição apical e o forame apical não são confiáveis marcos anatômicos para o comprimento de obturação apical no final, e seu uso para calcular o comprimento
de obturação pode resultar em danos aos tecidos periapicais.
O limite de obturação poderia afetar o sucesso do tratamento endodôntico, embora os prognósticos sejam piores quando há sobreobturação ou subobturação significativa. (In: Discrepância entre método convencional de odontometria com referência padrão)

Caso Clínico:

Histórico: Homem, 25 anos. Chegou a clínica integrada da FO, UFG, para reabilitação do elemento 44.

Radiograficamente: Após o preparo, proximidade com o tecido pulpar.


Hipotese diagnóstica: Nenhuma patologia, tratamento por indicação protética
Tratamento: Biopulpectomia, em sessão única.
 Em detalhe a posição do ápice anatômico, com o trajeto da lima.
Instrumentação manual final: Biomecânica lima 40.  olução de hipoclorito a 1%.
 Técnica de Obturação: Condensação lateral e vertical

Em detalhe, a posição do limite da obturação dando margem a interpretação equivocada, de possível desvio e ou limite aquém do ápice radiográfico.