quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quarto canal em primeiro molar superior

A evolução da endodontia

Por anos, a endodontia vem evoluindo de uma forma, que faz com que cada dia que passe, os resultados vem se tornando cada vez mais positivos e os prognósticos mais favoráveis. As inúmeras técnicas, sendo aprimoradas e a tecnologia cada dia mais avançando rumo ao auxilio do tratamento endodontico, fez com que os estudos se convergissem aos motivos das falhas endodonticas.

O uso de aparelhos eletrônicos como localizador apical, que te traz uma maior segurança em obter o CRD, as limas rotatórias de NITI que ajudam no preparo biomecânico de canais com curvaturas acentuadas e os aparelhos de ultrassom que auxiliam na remoção de instrumentos fraturados, na localização dos canais e na remoção de retentores intra-radiculares. Toda essa tecnologia nos faz crer que o tratamento endodontico ficou mais fácil. Porém, isso não se torna uma verdade absoluta, pois com o avanço dos estudos o tratamento de canal foi transformado em tratamento do sistema de canais radiculares.

Isso acontece, pois, com a disputa tecnologia X sistema de canais, os insucessos ainda estão presentes em muitos casos. Vários fatores são levados em consideração, porém existe um que considero de muita importância. A variação anatômica do sistema de canais radiculares.

Uma das variações anatômicas mais importantes e que pode levar a falha do tratamento endodôntico é a presença do quarto canal no primeiro molar superior. A maior parte dos primeiros molares superiores apresenta o canal mésio-palatino (quarto canal), e este, quando não tratado, pode ser a causa do insucesso do tratamento.


Segundo Ruy Hizatugo, Molares superiores geralmente possuem dois canais na raiz mesio vestibular – canal MV e MP. Histologicamente, as pesquisas têm mostrado canais MP em aproximadamente 100% dos casos. Porém, clinicamente, o canal MP é identificado e tratado em cerca de 80% dos casos sem o uso de microscópio operatório e cerca de 90% dos casos com o auxílio de microscópio e pontas ultrasônicas.

Sendo assim, porque não se tem insucesso em primeiros molares superiores que não foi tratado o canal mesio palatino? Isso acontece, pois apenas 14% dos casos: dois canais independentes na raiz mesiovestibular.