Quando o tratamento
endodôntico convencional fracassa, a primeira opção é o retratamento do mesmo,
porém quando não é obtido resultados satisfatórios para que se contenha a
presença e proliferação de microrganismos na porção do ápice e periápice a
cirurgia parendodôntica é tida como uma forma de solucionar estes problemas. Com
o avanço da Odontologia, as cirurgias parendodônticas são realizadas com uma
maior segurança, refletindo assim em maiores casos de sucessos e tornando uma
modalidade de tratamento viável para a manutenção do elemento dentário na boca
do paciente sendo indicada em casos de não obtenção de sucesso nos tratamentos convencionais,
em situações em que o dente apresente um instrumento fraturado no conduto
radicular, desvio no preparo do canal radicular, patologias nos tecidos
periapicais e perfurações que não pôde ser corrigida com o tratamento endodôntico
convencional. Este tipo de manobra cirúrgica, também favorece o trabalho do
profissional no caso de estabelecimento de drenagem, alivio de dor, casos de
complicações anatômicas, traumatismos, presença de pinos radiculares e coroas
protéticas, calcificações pulpares, falhas de tratamentos prévios ou em andamento,
problemas periodontais e em casos de necessidades de biopsia.
A realização da
cirurgia Parendodôntica pode ser contra indicada por ordem local ou geral. Por ordem
local quando é possível corrigir o problema apenas com o tratamento endodôntico
convencional ou retratamento, e quando há impossibilidade de acesso cirúrgico
por suporte periodontal insuficiente, processos patológicos em fase aguda e
risco de lesar estruturas anatômicas. Por ordem geral se dá quando o estado de
saúde geral do paciente se encontra debilitado e quando há comprometimento sistêmico.
As modalidades cirúrgicas
para a realização da cirurgia parendodôntica são: curetagem periapical,
apicectomia, apicectomia com obturação retrograda, apicectomia com instrumentação
e obturação do canal por via retrograda e a obturação do canal radicular simultânea
ao ato cirúrgico. (CIRURGIA
PARENDODÔNTICA ASSOCIADA A ENXERTO ÓSSEO COM BIOMATERIAL (Bio Oss® Collagen) –
Relato de Caso. In: www.mastereditora.com.br)
Caso
clinico:
Histórico:
Mulher, 24 anos. Chegou ao consultório relatando dor
e apresentando um edema na região do dente 22.
Radiograficamente:
Foi observado um tratamento endodôntico anterior
insatisfatório, desvio no trajeto original do canal radicular e obturação aquém
do limite apical. Foi observado uma calcificação do canal radicular. Foi
observado uma lesão radiolucida envolvendo os dentes 22 e 23.
Tratamento
proposto: Retratamento endodôntico do incisivo lateral, com a
tentativa de localizar trajeto do canal radicular e/ou apicectomia
com instrumentação obturação do canal radicular simultânea ao ato cirúrgico. Foi pedido uma radiografia com
técnica de localização topográfica (Técnica de Clark), para avaliar a posição
do desvio.
Foram feitas 2 sessões para tentativa de
localização do canal radicular, sem sucesso. Encaminhando a paciente para a
cirurgia parendodôntica.
Foi realizado a reabertura
coronária do dente, com a finalidade de conseguir transpassar a lima
endodontica no sentido ápice coroa. Seguindo o
protocolo cirúrgico, foi realizado uma profilaxia antibiótica preventiva, com administração
de 2g de amoxicilina via oral, uma hora antes do procedimento. Foi realizado
antissepsia extra oral com PVPI (Polivinilpirrolidona 10 % + Iodo 1 %) e bochecho
com clorexidina a 0,12%.
Realizou
então a anestesia onde foi feita o bloqueio dos nervos alveolar superior
anterior e anestesia infiltrativa local pela vestibular e pelo palato,
utilizando mepivacaina a 2% com vasoconstritor, com lâmina de bisturi 15c,
realizou-se então a incisão semilunar. Foi realizado rebatimento total do
retalho, onde constatou-se clinicamente que a lesão periapical já havia
rompido
a cortical óssea vestibular. Realizou-se a curetagem da lesão com cureta de
Lucas e fresas cirúrgicas, removendo totalmente o tecido de granulação. Foi
observado também o rompimento da cortical óssea palatina.
Foi então realizada a apicectomia com uma broca Zecrya nos elementos 22
e 23.
No
elemento 22 foi introduzida uma lima endodôntica Tipo k #15, dobrada com
auxílio de um porta agulha, com angulo de 90° a partir da haste. Foi pressionada
no sentido coronal até romper a calculo que impedia a passagem da lima no
sentido coroa-ápice.
Foi
realizado então o tratamento endodôntico convencional.
Instrumentação
rotatória: Limas Easy pro-designe.
Instrumentação
Manual: Biomecânica final com lima tipo K: #45.
Solução
irrigadora: Clorexidina 2%.
Técnica
de obturação: Hibrida de Tagger com cimento endodôntico Endofill. Com extravasamento.
Realizou o condicionamento da loja óssea com cloridrato de tetraciclina (50
mg/ml) por 2 minutos.
Foi feita a desobturação de 4 mm da porção apical com o uso de ultrassom com inserto Trinks: TRI21 D-A5.
Manipulou-se o MTA e o mesmo foi inserido e condensado no orifício preparado pelo inserto do ultrassom.
Manipulou-se o MTA e o mesmo foi inserido e condensado no orifício preparado pelo inserto do ultrassom.
Por escolha da paciente optou-se apenas pela colocação de membrana de colágeno
por cima do coagulo.
Foi feita a sutura.
O material coletado durante a curetagem foi enviado ao laboratório do CGDB-UFG, que deu como resultado: Granuloma periapical inflamatório.
Paciente retornou para consulta de proservação após 18 meses.
Agradecimento ao Prof. Dr. Leandro de Carvalho Cardoso, cirurgião buco-maxilo-facial, que realizou a parte cirúrgica do tratamento.
Excelente Trabalho !!!
ResponderExcluirParabéns pelo site ...
vou recomendar em meus compartilhamentos.
Att;
Vitor Hugo
www.vhcdental.com.br
Muito Obrigado Vitor Hugo!
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