A evolução do processo de reparo varia de acordo com o tipo de periapicopatia, apresentando caráter granulomatoso ou cístico.
Nos dentes não portadores de granulomas ou cistos, o processo de reparo evolui da seguinte forma: a presença de reação inflamatória na região periapical amplia o processo de reabsorção óssea e cementária, resultando na destruição das fibras colágenas apicais e perda de inserção. O processo inflamatório, de modo geral, regride após o tratamento endodôntico, restabelecendo as condições para a neoformação de cemento, de tecido ósseo e para regeneração do ligamento apical. Em nível do forame apical e junto ao material obturador, forma-se tecido conjuntivo fibroso ou tecido mineralizado (semelhante ao cemento).
Na presença de lesões apicais tipo granuloma ou cisto, o processo de reparo evolui mais lentamente, através da substituição gradual do tecido granulomatoso por tecido fibroso. Nas lesões císticas de origem inflamatória dental, ocorre a reparação apenas com o tratamento endodôntico, não sendo necessária a cirurgia perirradicular complementar. (Felipe Davini)
Caso Clínico:
Histórico: Mulher, 39 anos. Chegou ao consultório com uma fístula na altura do elemento 22, sem sintomatologia dolorosa.
Radiograficamente: Foi observado, um tratamento endodontico prévio insatisfatório e uma imagem radiolúcida, na região periapical do elemento 22.
Tratamento Proposto: Retratamento endodontico com trocas bimestrais de Hidróxido de Calcio.
Após 2 meses de Ca(OH)² +PMCC+Iodoformio
Após 4 meses de Ca(OH)² +PMCC+Iodoformio
Após 6 meses de Ca(OH)² +PMCC+Iodoformio
Após 8 meses de Ca(OH)² +PMCC+Iodoformio
Instrumentação rotatória: Desobturação com limas protaper: D1, D2, D3. Reinstrumentação: Limas protaper. Biomecânica Final: lima k 60.
Solução de hipoclorito a 5,25%.
Técnica de obturação: Técnica de condensação Híbrida de Tagger com cimento endodontico Endofill (Dentsply).